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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Intertextualidade.

Pode-se definir a intertextualidade como sendo a criação de um texto a partir de um outro texto já existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela é inserida.

A Intertextualidade pode ser definida como um diálogo entre dois textos. Observe os dois textos abaixo e note como Murilo Mendes (século XX) faz referência ao texto de Gonçalves Dias (século XIX):

Canção do Exílio

Nota-se que há correspondência entre os dois textos. A paródia-piadista de Murilo Mendes é um exemplo de intertextualidade, uma vez que seu texto foi criado tomando como ponto de partida o texto de Gonçalves Dias.

Na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextualidade é persistente.
Sabemos que todo texto, seja ele literário ou não, é oriundo de outro, seja direta ou indiretamente. Qualquer texto que se refere a assuntos abordados em outros textos é exemplo de intertextualização.

A intertextualidade está presente também em outras áreas, como na pintura, veja as várias versões da famosa pintura de Leonardo da Vinci, Mona Lisa:


Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503.

Mona Lisa, de Marcel Duchamp, 1919.

Mona Lisa, Fernando Botero, 1978.

Mona Lisa, propaganda publicitária.

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Uso de operadores argumentativos.

VIDEO AULA: http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1458000-5604,00-PROFESSOR%2BDA%2BAULA%2BSOBRE%2BOPERADORES%2BARGUMENTATIVOS.html

Dá-se o nome de operadores argumentativos a certos elementos da língua, explícitos na própria estrutura gramatical da frase, cuja finalidade é a de indicar a argumentatividade dos enunciados. Introduzem variados tipos de argumentos que apontam para determinadas conclusões.

Observe nos exemplos  como funcionam esses operadores:
No Brasil ainda há crianças fora da escola.
Nesse enunciado, o advérbio ainda orienta o interlocutor no sentido de inferir algo que está pressuposto: que, antes do momento da enunciação, já havia crianças fora da escola.
Embora muitos adolescentes que trabalham frequentem a escola, poucos conseguem concluir os oito anos de escolaridade básica.
Nesse enunciado, a conjunção embora introduz argumento que se contrapõe ao exposto na oração seguinte.
Tipos de operadores argumentativos
  • Operadores que introduzem argumentos que se somam a outro, tendo em vista uma mesma conclusão: e, nem, também, não só... mas também, não só ...mas ainda, além disso, etc.
Os efeitos danosos do trabalho infantil sobre a escolarização são sentidos não só nas crianças menores, mas também nos adolescentes.
  • Operadores que introduzem enunciados que exprimem conclusão em relação ao que foi expresso anteriormente: logo, portanto, então, em decorrência, consequentemente, etc.
O trabalho infantil prejudica o desenvolvimento físico, emocional e intelectual da criança, portanto deve ser combatido.
  • Operadores que introduzem argumento que se contrapõem a outro visando a uma conclusão contrária: mas, porém, todavia, embora, ainda que, mesmo que, apesar de, etc.
Muitas pessoas são contra a exploração de crianças e adolescentes, mas poucas fazem alguma coisa para evitar que isso aconteça.

Esses operadores são geralmente representados pelas conjunções adversativas e concessivas. A opção por um determinado tipo de conjunção tem implicações na estratégia argumentativa.
Por meio das adversativas (mas, porém, todavia, contudo, etc.), introduz-se um argumento que leva o interlocutor a uma conclusão contrária a que chegaria se prevalecesse o argumento usado no enunciado anterior. Com as concessivas (embora, se bem que, ainda que, etc.), o locutor dá a conhecer previamente o argumento que será invalidado. Observe:
Milhões de crianças e adolescentes trabalham no Brasil, mas isso é proibido pela Constituição.
Embora a Constituição proíba, milhões de crianças e adolescentes trabalham  no Brasil.
  • Operadores que introduzem argumentos alternativos: Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja, etc.

Ou sensibilizamos a sociedade sobre os efeitos danosos do trabalho infantil, ou o problema persistirá.
Operadores que estabelecem relações de comparação: mais que, menos que, tão...quanto, tão...como, etc.
O problema do trabalho infantil é tão grave quanto o do desemprego.
  • Operadores que estabelecem relação de justificativa, explicação em relação a enunciado anterior: pois, porque, que, etc.
Devemos tomar uma decisão urgente, pois o problema tende a se agravar.
  • Operadores cuja função é introduzir enunciados pressupostos: agora, ainda, já, até, etc.
Até o Papa manifestou sua indignação com referência ao trabalho infantil.
Nesse enunciado, pressupõe-se que outras pessoas, além do Papa, tenham manifestado indignação. Compare a força argumentativa do enunciado contrapondo-o a outros:
O padre manifestou sua indignação.
O bispo manifestou sua indignação.
Até o Papa manifestou sua indignação.
Nesse caso, temos uma escala argumentativa ascendente (orientada do argumento mais fraco para o mais forte: o Papa). Numa escala argumentativa negativa, os termos estariam em ordem descendente, e o argumento mais forte viria introduzir por nem mesmo.
O acontecimento não teve nenhuma repercussão: o Papa não se manifestou, o bispo também não, nem mesmo o padre de paróquia fez qualquer referência ao assunto.
A função de introduzir o argumento mais forte de uma escala argumentativa também pode ser exercida pelos operadores inclusive, até mesmo, ao menos, no mínimo, etc.
  • Operadores cuja função é introduzir enunciados que visem a ratificar, esclarecer um enunciado anterior: isto é, em outras palavras, vale dizer, ou seja, etc.
Duas, de cada 10 crianças trabalhadoras, ou seja, 20%, não frequentam a escola.
  • Operadores cuja função é orientar a conclusão para uma afirmação ou uma negação: quase, apenas, só, somente, etc.
Dentre os adolescentes que trabalham, poucos conseguiram concluir os oito anos de escolaridade básica: apenas 25,5%.
O número de crianças e adolescentes que trabalham é muito grande: quase quatro milhões.
O operador argumentativo quase aponta para a afirmação da totalidade e, normalmente, encadeia-se com muitos e a maioria.
Apenas ( e seus equivalentes e somente) aponta para a negação da totalidade e, normalmente, encadeia-se com poucos e a minoria.


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Modos de organização textual: descrição, narração e dissertação.

I - NARRAÇÃO

Narrar é contar um fato, um episódio; todo discurso em que algo é CONTADO possui os seguintes elementos, que fatalmente surgem conforme um fato vai sendo narrado:
A representação acima quer dizer que, todas as vezes que uma história é contada (é NARRADA), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocorreu o episódio.
É por isso que numa narração predomina a AÇÃO: o texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, maioria dos VERBOS que compõem esse tipo de texto são os VERBOS DE AÇÃO. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de texto, recebe o nome de ENREDO.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas PERSONAGENS, que são justamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado ("com quem?" do quadro acima). As personagens são identificadas (=nomeadas) no texto narrativo pelos SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes( mesmo sem querer) ele acaba contando "onde" (=em que lugar)  as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou ações  é chamado de ESPAÇO, representado no texto pelos ADVÉRBIOS DE LUGAR.
Além de contar onde , o narrador também pode esclarecer "quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da narrativa é o TEMPO, representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente pelos ADVÉRBIOS DE TEMPO.
É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu. A história contada, por isso, passa por uma INTRODUÇÃO (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo DESENVOLVIMENTO do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e termina com a CONCLUSÃO da história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história é o NARRADOR,  que pode ser PESSOAL (narra em 1a pessoa : EU...) ou IMPESSOAL (narra em 3a. pessoa: ELE...).
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.

II - DESCRIÇÃO

Descrever é CARACTERIZAR alguém, alguma coisa ou algum lugar através de características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres da sua espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É "fotografar" com palavras.
No texto descritivo, por isso, os tipos de verbos mais adequados (mais comuns) são os VERBOS DE LIGAÇÃO (SER, ESTAR, PERMANECER, FICAR, CONTINUAR, TER, PARECER, etc.), pois esses tipos de verbos ligam as características - representadas linguisticamente pelos ADJETIVOS - aos seres  caracterizados - representados pelos SUBSTANTIVOS.


Ex. O pássaro é azul . 1-Caractarizado: pássaro / 2-Caracterizador ou característica: azul / O verbo que liga 1 com 2 : é
Num texto descritivo podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas, concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve e que se referem às características não-físicas do caracterizado). Ex.: Paulo está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (carcterização subjetiva).  

III - DISSERTAÇÃO

Além da narração e da descrição há um terceiro tipo de redação ou de discurso: a DISSERTAÇÃO.
Dissertar é refletir, debater, discutir, questionar a respeito de um determinado tema, expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a esse tema. Dissertar, assim, é emitir opiniões de maneira convincente, ou seja, de maneira que elas sejam compreendidas e aceitas pelo leitor ; e isso só acontece quando tais opiniões estão bem fundamentadas, comprovadas, explicadas, exemplificadas, em suma: bem ARGUMENTADAS (argumentar= convencer, influenciar, persuadir). A argumentação é o elemento mais importante de uma dissertação.
Embora dissertar seja emitir opiniões, o ideal é que o seu autor coloque no texto seus pontos de vista como se não fossem dele e sim, de outra pessoa ( de prestígio, famosa, especialista no assunto, alguém...), ou seja, de maneira IMPESSOAL, OBJETIVA e sem prolixidade ("encher lingüiça"): que a dissertação seja elaborada com VERBOS E PRONOMES EM TERCEIRA PESSOA. O texto impessoal soa como verdade e, como já citado, fazer crer é um dos objetivos de quem disserta.
Na dissertação, as idéias devem ser colocadas de maneira CLARA E COERENTE e organizadas de maneira LÓGICA:
a) o elo de ligação entre pontos de vista e argumento se faz de maneira coerente e lógica através das CONJUNÇÕES (=conectivos) - coordenativas ou subordinativas, dependendo da idéia que se queira introduzir e defender; é por isso que as conjunções são chamadas de MARCADORES ARGUMENTATIVOS.
b) todo texto dissertativo é composto por três partes coesas e coerentes: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO.
A introdução é a parte em que se dá a apresentação do tema, através de um CONCEITO ( e conceituar é GENERALIZAR, ou seja, é dizer o que um referente tem em comum em relação aos outros seres da sua espécie) ou através de QUESTIONAMENTO(s) que ele sugere, que deve ser seguido de um PONTO DE VISTA e de seu ARGUMENTO PRINCIPAL. Para que a introdução fique perfeita, é interessante seguir esses passos:
  1. Transforme o tema numa pergunta;
  2. Responda a pergunta ( e obtém-se o PONTO DE VISTA);
  3. Coloque o porquê da resposta ( e obtém-se o ARGUMENTO).
O desenvolvimento contém as idéias que reforçam o argumento principal, ou seja, os ARGUMENTOS AUXILIARES e os FATOS-EXEMPLOS ( verdadeiros, reconhecidos publicamente).
A conclusão é a parte final da redação dissertativa, onde o seu autor deve "amarrar" resumidamente ( se possível, numa frase) todas as idéias do texto para que o PONTO DE VISTA inicial se mostre irrefutável, ou seja, seja imposto e aceito como verdadeiro.
Antes de iniciar a dissertação, no entanto, é preciso que seu autor: 1. Entenda bem o tema; 2. Reflita a respeito dele;3. Passe para o papel as idéias que o tema lhe sugere; 4. Faça  a organização textual ( o "esqueleto do texto"), pois a quantidade de idéias sugeridas pelo tema é igual a quantidade de parágrafos que a dissertação terá no  DESENVOLVIMENTO do texto.
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Compreensão e interpretação de texto.

É o conhecimento lingüístico que nos permite reconhecer a ambigüidade do texto em questão (pela posição em que se situa, a expressão sem a companhia ou autorização dos pais permite a interpretação de que com a companhia ou autorização dos pais os menores podem ir a rodeios ou motéis).

Mas o nosso conhecimento de mundo nos adverte de que essa interpretação é estranha e só pode ter sido produzida por engano do redator. É muito provável que ele tenha tido a intenção de dizer que os menores estão proibidos de ir a rodeios sem a companhia ou autorização dos pais e de freqüentarem motéis.

Como se vê, a compreensão do texto depende também do conhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de que o aprendizado da leitura depende muito das aulas de Português, mas também de todas as outras disciplinas sem exceção.

Três questões básicas

Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem compreendido é a resposta a três questões básicas:
I - Qual é a questão de que o texto está tratando? Ao tentar responder a essa pergunta, o leitor será obrigado a distinguir as questões secundáriasda principal, isto e, aquela em torno da qual gira o texto inteiro. Quando o leitor não sabe dizer do que o texto está tratando, ou sabe apenas de maneira genérica e confusa, é sinal de que ele precisa ser lido com mais atenção ou de que o leitor não tem repertório suficiente para compreender o que está diante de seus olhos.
II - Qual é a opinião do autor sobre a questão posta em discussão? Disseminados pelo texto, aparecem vários indicadores da opinião de quem escreve. Por isso, uma leitura competente não terá dificuldade em identificá-la. Não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de leitura desatenta e dispersiva.
III - Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a opinião dada? Deve-se entender por argumento todo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o leitor de que ele está falando a verdade. Saber reconhecer os argumentos do autor é também um sintoma de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitor acompanhou o desenvolvimento das idéias. Na verdade, entender um texto significa acompanhar com atenção o seu percurso argumentatório.
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